Antes da sua independência, o país hoje chamado de
Estados Unidos da América era divido em 13 colônias, tendo como metrópole a
Inglaterra. Os ingleses usavam as colônias para ter lucros e recursos minerais
e vegetais não encontrados no continente europeu. Existia também a exploração
metropolitana, através de taxas e impostos que eram cobrados dos colonos.
A Independência dos
Estados Unidos é considerada a primeira revolução americana (a segunda foi a
Guerra de Secessão, também nos Estados Unidos). Ela foi um marco na crise do
Antigo Regime porque rompeu a unidade do sistema colonial.
Só que para entender melhor o processo de independência, precisamos saber um pouco sobre o seu
processo de colonização e suas características.
Os ingleses começaram a
colonizar a região no século XVII. A colônia recebeu dois tipos de colonização:
Colônias do Norte: Predominavam as pequenas e médias propriedades, tocadas por europeus exilados por motivos políticos
ou religiosos, que chegavam com o objetivo de transformar a região num próspero
lugar para a habitação de suas famílias. Também chamada de Nova Inglaterra, sofreu
colonização de povoamento com as seguintes características : mão-de-obra livre,
economia baseada no comércio e produção para o consumo do mercado interno. Além
do clima frio igual ao da metrópole.
Colônias do Sul: Colônias que eram exploradas pela Inglaterra e tinham que seguir o
Pacto Colonial. Eram baseadas no latifúndio, mãos-de-obra escravas, produção
para a exportação para a metrópole e monocultura. O clima era quente, por isso
era utilizado para o plantio.
Os nortistas
ultrapassaram as fronteiras coloniais. Organizaram triângulos comerciais.
O mais conhecido começava com o comércio de peixe, madeira, gado e produtos
alimentícios com as Antilhas, onde compravam melaço, rum e açúcar. Em Nova York
e Pensilvânia, transformavam o melaço em mais rum, que trocavam por escravos na
África. Os escravos iam para as Antilhas ou colônias do sul.
A negligência salutar
foi uma política de "abandono" adotada pela Inglaterra quando as
Treze Colônias queriam a independência. Já que as colônias não ofereciam nada à
Inglaterra para atender seus interesses mercantilistas, com ouro e prata, e uma
vez que ela passava por um período dramático de sua história política.
Essa guerra aconteceu
entre a Inglaterra e a França entre os anos de 1756 e 1763. Foi uma guerra pela
posse de territórios na América do Norte, onde a Inglaterra saiu vencedora. Ainda
assim, a metrópole resolveu cobrar os prejuízos das batalhas dos colonos que
habitavam, principalmente, as colônias do norte. Com o aumento das taxas e
impostos metropolitanos. A política repressiva dos ingleses, a criação de novas
leis que tiravam a liberdade dos norte-americanos , aliada a fatores culturais,
como a influência do iluminismo, teve papel importante no processo
revolucionário americano.
As leis criadas, ficaram
conhecidas como Leis intoleráveis, as quais podemos citar:
1.
Lei do Chá (deu o monopólio do comércio de chá para
uma companhia comercial inglesa)
2.
Lei do Selo (Stamp Act) : Todo produto que
circulava na colônia deveria ter um selo vendido pelos ingleses.
3.
Lei do Açúcar (Sugar Act) : Os colonos só podiam comprar açúcar vindo das
Antilhas Inglesas.
Estas taxas e impostos geraram muita revolta nas
colônias. Um dos acontecimentos de protesto mais conhecidos foi a Festa do Chá
de Boston (The Boston Tea Party).
- A Festa do Chá de Boston:
Revoltados pois não poderiam mais dar uma de rainha
da Inglaterra e tomar seu chazinho das cinco, os colonos tiveram a brilhante
idéia de organizar um protesto, mas não um protesto qualquer... O evento ficou
conhecido como “The Boston Tea Party” (Festa do Chá de Boston), uma
festa super divertida, em que você só poderia entrar se fosse fantasiado de
Índio. Dessa forma, vários colonos invadiram, a noite, um navio inglês com carregamento de chá e, vestidos de índios,
jogaram todo carregamento no mar.
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Esse foi o convite para a festa. Bonito, não? |
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Colonos comemorando loucamente a festa do chá.
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Este protesto gerou uma forte reação de
insatisfação da metrópole, que exigiu dos habitantes os prejuízos (que não foi
pequeno), além fechar do porto de Boston, colocou soldados ingleses cercando a
cidade.
- Primeiro Congresso da Filadélfia:
No ano de 1774, os colonos do norte resolveram
promover um congresso para tomarem providências diante de tudo que estava
acontecendo. Mas esse congresso não tinha não tinha a pretensão de ser
separatista, já que eles queriam apenas retomar a situação anterior. Visando
apenas o fim das medidas restritivas e maior participação na vida política da
colônia.
Mas o rei inglês George III, nada simpático, não aceitou de jeito
nenhum as propostas do congresso, e como se não bastasse, mais medidas
restritivas como, por exemplo a Lei do Aquartelamento, a qual obrigava
todo colono norte-americano a fornecer casa, comida e roupa lavada para os
soldados ingleses.
- Segundo Congresso da Filadélfia:
Em 4 de julho 1776 foi organizado outro congresso,
mas dessa vez com um novo objetivo: Conquistar a
independência. Lá, Thomas Jefferson redigiu a tão famosa Declaração
de Independência dos Estados Unidos da América.
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Declaração de independência feita pelo mano Thom. |
A Inglaterra, como esperado, não aceitou,
declarando guerra. Os Franceses (que estavam com raiva por terem sido derrotados na Guerra dos sete
anos) e Espanhóis entraram a favor das Treze Colônias, fazendo com que
vencessem A Guerra de Independência (1776 e 1783).
A independência foi reconhecida pela Inglaterra em
1783, por meio do Tratado de Versalhes, e como
dívida de guerra, cedeu o território dos Grandes Lagos aos limites do
Mississipi (Vale do Ohio).
Em 1783, foi promulgada a Constituição norte-americana,
adotando o regime republicano como sistema presidencialista, visando fortalecer
o Poder Executivo, o voto censitário, baseado na propriedade privada, e o
princípio de federalismo como forma de assegurar o direito de autonomia dos
novos estados.
Com a aceitação da independência das 13 colônias,
baseadas em idéias iluministas, e da declaração estar se referindo a vida e
liberdade como direitos inalienáveis, existem contradições. Afinal de contas,
como um documento nacional pode alegar igualdade entre os homens, quando ainda
se vive num regime escravista? E assim seguiu a história dos Estados Unidos,
que apesar de ser o pioneiro em muitas revoluções e mudanças ideológicas,
deixou a desejar (ou deixa, até hoje) no que se diz respeito a igualdade e
fraternidade, pelo menos com o resto do mundo.